Sejam bem vindos todos os que trazem tochas acesas nas mãos
e também aqueles que como eu, anseiam pela luz.
terça-feira, 16 de março de 2010
DAR
quarta-feira, 10 de março de 2010
sexta-feira, 5 de março de 2010
Meio Ambiente - Trajédia Anunciada
A COP-15 foi, por alguns dias, o elo que através de cada aparelho de TV, jornal e revista, uniu ONG’S, ambientalistas, ativistas, classes sociais diversas, pessoas comuns, em fim, todos nós que de alguma forma, aguardamos anciosos o resultado que nunca veio. A COP-15 foi um fracasso. O que se viu, ao contrário do que esperávamos, foi um grande encontro de jogadores políticos e financeiros desenteressados do verdadeiro motivo da conferênmcia: o aquecimento global. Após 02 semanas de reuniões, desacordos, protestos, declarações descabidas, comemorações e honrarias desnecessárias, nossos líderes mundiais não apresentaram proposta alguma com metas urgentes e eficazes para a redução da emissão dos gases responsáveis pelo efeito estufa. O que foi apresentado ao mundo, para justificar todos os gastos e toda pompa da Conferência em Copenhague, foi um acordo ineficiente, que fala da criação de um texto que defende uma redução de 50% na emissão dos gases-estufa até 2050 e na criação do Fundo Climático Internacional, que objetiva angariar US$100 bilhões até a metade deste século para financiar acões mitigadoras do aquecimento global em países pobres e emergentes.
Decorrido o primeiro trimestre após o fracasso da Convenção em Copenhague, onde todos vimos estarrecidos nossos dirigentes trocarem questões de sobrevivência da humanidade em todos os seus segmentos, por questões político-econômicas de interessse extremamente pessoais, COP-15 é assunto encerrado, assim como parecem ser também as questões ambientais, que não deixaram de existir com o término da conferência. Os jornais do mundo inteiro voltaram a anunciar o dia-a-dia comum do cidadão, assaltos, comemorações, escândalos políticos, carnaval e é claro, as grandes catástrofes ambientais cada vez mais frequentes, contrastes climáticos como a seca e a inundação em áreas não comuns a esses fenômenos, frio intenso e calor demasiado, terremotos em escala altamente destruídoras, maremotos gigantescos e como se não bastasse, a fome e a miséria decorrente destas grandes trajédias que vêm somar mais dor e sofrimento a milhares de esquecidos(leia-se aqui, seres humanos) que vivem abaixo da linha da pobreza.
Estas são apenas algumas das inúmeras trajédias mundiais ignoradas pelos nossos dirigentes na COP-15 em Dezembro/2009.
É verdade que a conferência em Copenhague deixou a impressão que não há nada a ser feito, mas para provar o contrário existem as pessoas comprometidas com a vida, que se transformam em ambientalistas dedicados, que constituem ONG’S verdes, que criam, apresentam e defendem projetos políticos sérios voltados para a questão ambiental e pessoas comuns que se permitem despertar para esta questão e hoje lutam, cada um a sua maneira, para salvar um planeta que é de todos.
Este artigo, como muitos escritos todos os dias mundo afora é mais um apelo a todos aqueles que não se deixaram abalar pela falta de comprometimento de nossos dirigentes demonstrada na COP-15 com as questões ambientais, para que continuemos nossa luta pela vida do nosso planeta e das pessoas que nele habitam.
Malú Rossi - Março/2010
quarta-feira, 3 de março de 2010
Código Penal Brasileiro
Existem os contrários a pena de morte por considerá-la uma decisão precipitada já que muitos inocentes poderiam ser condenados a ela. É verdade. Eu não diria muitos inocentes mas talvez alguns pouquíssimos inocentes poderiam ser condenados a morte injustamente. Mas eu pergunto: Hoje, o que dizer dos milhares e milhares de inocentes condenados a morte todos os dias, fria e cruelmente, dentro e fora de nossas casas, onde a violencia praticada por pessoas impunes nos alcança covardemente todos os dias? Será mesmo que um Código Penal decente e rigoroso, não seria o início de uma nova era, um tempo onde as pessoas, antes de matar tivessem, pelo menos medo de morrer?
As ONG's que defendem os direitos humanos pipocam pelo mundo afora e erguem suas bandeiras em defesa dos famosos Direitos Humanos aos quais, naturalmente, todos nós, humanos temos o direito assegurado. Mais uma vez eu pergunto: Será mesmo aquele ser que estupra um bebê de 04, 05, 06 meses? Não importa a idade. É apenas um triste exemplo. Estamos falando de violência, e de seres que deixaram de ser humanos quando cometeram tal violência.
O que dizer da lei que pune quem dirige alcoolizado? Que nos respondam os vitimados: Desde quando pagar fiança por dirigir alcoolizado é punição? Nós, brasileiros nunca nos importamos em pagar nada por mais caro que seja. O que queremos é pagar e nos livrarmos da conta. Pagar Fiança por dirigir alcoolizado, ter a carteira apreendida e inclusive matar alguém(mais um inocente, contabilize ai), não é punição, é imposto, extorção. É o governo extorquindo dinheiro do contribuinte mais uma vez, só que neste caso, o contribuinte esta bêbado.
Perguntemos a uma mãe que enterra seu filho jovem, na flor da idade, começando a realizar seus projetos, vítima inocente de um motorista alcoolizado, se para ela, pagar fiança e ir prá casa, livre, leve e solto, curar a ressaga com a certeza da impunidade é a mesma coisa de ser verdadeiramente punido com anos de cadeia cumpridos rigorosamente dentro da lei, sem direito a regalias.
Por hoje é só...
Malú Rossi - Outubro/2009
O Jogo da Culpa
Em qualquer situação de briga, desentendimentos, podemos perceber que aquele momento foi precedido por diversos outros, que nos permite afirmar: Numa relação a dois (home-mulher, pai-filho, irmão-irmã, amigo-amiga, professor-aluno e qualquer outra), não existe HERÓI nem BANDIDO! Todos contribuímos mais ou menos para um determinado resultado ruim.
Portanto, que coisa mais omissa essa de: - tá vendo!? Culpa sua!!!
Existe ainda o agravante das pessoas que desenvolvem uma relação doentia com elas mesmas e adoram se sentirem culpadas, ou seja, gostam do papel de sofredores, mártires, coitadinhos e outros que, por sua vez, adoram pôr culpa nos outros, são os autoritários, prepotentes, vaidosos, que nunca erram. A culpa é sempre do mundo.
Ambientes assim são tensos, cheios de raiva, mágoa, rancor.
Uma das características mais marcantes da imaturidade é não saber dizer: "Errei, Não sei ou desculpe minha falha."
O grande mal é pensar que a culpa pelo extravasamento do copo que guarda a história de nossos dias é de quem adiciona a última gota. Lêdo engano. Nem sempre é a última gota que entorna o copo nem a primeira que enche. Imaginemos como seriam os resultados das discursões, se dividíssemos o peso da culpa entre os envolvidos, desde a primeira gota que provocou o extravasamento.
A questão é justamente essa: avaliar os fatos. Isso pode exigir muito de nós e não queremos nos responsabilizar. Não temos tempo. É mais rápido culpar alguém. Uma avaliação mais detalhada do conflito pode nos levar a concluir que, somos nós, os verdadeiros responsáveis por nossas próprias tragédias. Ainda somos fracos demais para suportar o peso de nossos erros.
Em 1943, num ápice de magia e beleza, Saint-Exupéry, escreveu para nós em seu maravilhoso conto, "O Pequeno Príncipe", que "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Poderíamos ter ficado somente com este ensinamento belíssimo, que mesmo sendo parte de um conto principesco, é muito mais doce de ser adaptado a nossa vida. Mas... Somos homens, gananciosos e ao contrário disto, depois que o Pequeno Príncipe voltou para o seu planeta, nos últimos anos tudo que fizemos foi destruir o "nosso planeta", declarar guerra ao nosso próximo e a nós mesmos e somos obrigados agora a nos tornarmos eternamente responsáveis por aquilo que destruímos.
Ninguém é culpado pelos sucessos ou fracassos alheios. Cada um de nós é o único responsável pela nossa trajetória na vida, somos artesãos do próprio mundo, sujeitos de nossas ações, autores do próprio personagem - como diria o Henri Ey (psiquiatra francês): "O Meio ambiente não determina sucesso ou fracasso, no máximo, ajuda ou atrapalha".
Nosso planeta, assim como o coração do homem, ainda é um solo fértil. Ainda é tempo de revermos nossas responsabilidades sócio-ambientais, pessoais, humanitárias e refletirmos um ditado muito sábio: "A semeadura é opcional, a colheita é obrigatória."
Malú Rossi - Novembro/2009
Preguiça de Sofrer
normalmente posto neste espaço textos de minha autoria, mas recebi essa mensagem do nosso amigo John Vask (meu amigo querido já há alguns anos) e nao resisti a leveza do assunto, que parece nos levar numa onda gostosa de otimismo. Divido então com vcs esta sensação tão boa que o texto a seguir me passou e que tão bem nos faz!
Abraços e boa leitura a todos,
Malú
Preguiça de sofrer
Zuenir Ventura
Há 26 anos, elas cumprem uma alegre rotina: às sextas-feiras pela manhã sobem a serra e descem aos domingos à tarde, quando não permanecem a semana toda lá, em sua casa de Itaipava, distante hora e meia do Rio.
São quatro irmãs de sobrenome Sette - Mily, a mais velha, de 86 anos; Guilhermina (84), Maria Elisa (76) e Maria Helena (73) - mais a cunhada Ítala (87), a prima Icléa (90) e a amiga de mais de meio século, Jacy (78). O astral e a energia da "Casa das sete velhinhas" são únicos.
Elas cuidam das plantas, visitam exposições, assistem a shows, lêem, jogam baralho, conversam, discutem política, vêem televisão, fazem tricô, crochê e sobretudo riem. Só não falam e não deixam falar de doença e infelicidade. Baixaria, nem pensar.
Quando preciso tomar uma injeção de ânimo e rejuvenescimento, subo até lá, como fiz no último sábado.
Já viajamos juntos algumas vezes, como a Tiradentes, por cujas redondezas andamos de jipe, o que naquelas estradas de terra é quase como andar a cavalo. Tudo numa boa. Elas têm uma sede adolescente de novidade e conhecimento.
Modéstia à parte, são conhecidas como "As meninas do Zuenir". Me dão a maior força.
Quando sabem que estou fazendo alguma palestra no Rio, tenho a garantia de que a sala não vai ficar vazia.
São meu público cativo e ocupam em geral a primeira fila. Numa dessas ocasiões, com a casa cheia, elas chegaram atrasadas e fizeram rir ao se anunciarem a sério na entrada: "Nós somos as meninas do Zuenir".
Nos conhecemos nos anos 70, quando morávamos no mesmo prédio no Rio e Maria Elisa, que é química, passou a dar aulas particulares de matemática para meus filhos, ainda pequenos, de graça, pelo prazer de ensinar.
Depois nos mudamos, continuamos amigos e nossa referência passou a ser a casa de Itaipava, onde minha mulher e eu temos um cantinho, um pequeno apartamento na parte externa da casa, os "Alpes suíços".
No começo o terreno não passava de um barranco de terra vermelha. Hoje é um jardim suspenso, com árvores e flores variadas que constituem uma atração para os pássaros. Dessa vez, não cheguei a tempo de ver a cerejeira florida, mas em compensação assisti a uma exibição especial de um casal de papagaios. O interior da casa é um brinco, não fossem elas meio artistas, meio artesãs, todas muito prendadas, como se dizia antigamente.
Helena e Jacy, por exemplo, tecem mantas e colchas de tricô e crochê que já mereceram exposições.
Mily desafia a idade preferindo as novas tecnologias e a modernidade, sem falar no vôlei, de que é torcedora apaixonada. Sabe tudo de computador e, com Jacy, freqüenta todos os cursos que pode: de francês a ética, de inglês a filosofia.
Na parede, Tom Jobim observa tudo. A foto é autografada para Elisa, de quem ele foi colega no Andrews.
Aliás, nesse colégio da Zona Sul do Rio, Guilhermina trabalhou 53 anos, como secretária e professora de Latim, que ela ensinava pelo método direto, ou seja, falando com os alunos. Ficou muito feliz quando na praia ouviu, vindo de dentro do mar, o grito de alguém no meio das ondas, provavelmente um surfista: "Ave, magister!".
Amiga de personagens como o maestro Villa-Lobos, ela ajudou ou acompanhou a carreira de dezenas de jovens que passaram por aquele tradicional colégio, cujo diretor uma vez lhe fez um rasgado elogio público, ressaltando o quanto ela era indispensável ao educandário. No dia seguinte, ela pediu as contas, com essa sábia alegação:
"Eu quero sair enquanto estou no auge, não quando não souberem mais o que fazer comigo".
Foi para casa e teve um choque, achando que não ia suportar a aposentadoria. Durou pouco, porque logo arranjou o que fazer. É tradutora e gosta muito de etimologia: adora estudar a vida das palavras desde suas origens, principalmente quando são gregas. Ah, nas horas vagas faz bijuterias.
Para explicar como se desvencilhou do vazio de deixar um emprego de 53 anos e começar nova vida já velha, Guilhermina usou uma frase que se aplica a todas as outras seis velhinhas e que eu gostaria de adotar também:
- "Tenho preguiça de sofrer".
Não são o máximo as meninas do Zuenir?
"Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional" (Roberto Shinyashiki)
Malú Rossi - Novembro/2009
ZILDA ARNS e seu Ministério de Amor e Caridade
Aproveitemos o momento de grande comoção mundial, movidos pelas inúmeras trajédias que assolam a terra por todos os lados, para refletirmos um pouco mais na pessoa deste ser iluminado chamado Zilda Arns, que nos emprestou com humildade, sua própria jornada, para nos servir com tantos bons exemplos.
Ainda criança, despertou para o desejo de servir ao próximo (leia-se DEUS na palavra "próximo"), se oferecendo a ajudar nos trabalhos da igreja, olhando as crianças durante as missas, dando início então, a uma vida inteira dedicada a servir, em especial, aos pequeninos. Seu trabalho se tornou verdadeira devoção ao grande mestre e aos princípios da caridade e do amor ao próximo.
Com sabedoria e humildade, ela nos mostrou ao longo de sua trajétória, que para servir a DEUS não é necessário impôr conceitos, erguer templos, abdicar-se de sua vida pessoal e familiar, criar leis intituladas sagradas, exorcizar demônios, acumular títulos e moedas em nome de DEUS... Nada disto foi necessário para que Zilda Arns se disponibilizasse a exercer um trabalho de misericórdia junto aos mais necessitados.
Já é sagrado, por si só, ser capaz de amar ao próximo e edificá-lo com caridade, desprovido de qualquer ambição mesquinha.
Não precisou abdicar-se de seus projetos pessoais para abraçar as causas divinas. Pelo contrário, transformou seu lar num altar de oferendas. Casou-se, constituiu família, e quando Zilda Arns sentiu crescer dentro dela cada vez mais a vontade de servir ao próximo, procurou em seu íntimo a resposta para suas inquietudes humanitárias e recebeu a "inspiração divina" que lhe faltava: buscar conhecimentos na medicina para aplicá-los em prol dos mais necessitados. Tornou-se então, Doutora Zilda Arns, médica pediátra. Aprofundou-se em saúde pública, pediatria e sanitarismo, visando a salvar crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência em seu contexto familiar e comunitário. A educação revelou-se a melhor forma de combater a maior parte das doenças de fácil prevenção e a marginalidade das crianças e para otimizar a sua ação, desenvolveu uma metodologia própria de multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres, baseando-se no milagre bíblico da multiplicação dos dois peixes e cinco pães que saciaram cinco mil pessoas, como narra o Evangelho de São João (Jo 6:1-15). E daí em diante, seus trabalhos não pararam mais.
Em 1983, a pedido da CNBB, criou a Pastoral da Criança juntamente com o presidente da CNBB, dom Geraldo Majella, Cardeal Agnelo, Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil , que, à época, era Arcebispo de Londrina.
Para multiplicar o saber e a solidariedade, foram criados três instrumentos, utilizados a cada mês:
* Visita domiciliar às famílias
* Dia do Peso, também chamado de Dia da Celebração da Vida
* Reunião Mensal para Avaliação e Reflexão
Em 2004, recebeu da CNBB outra missão semelhante: fundar e coordenar a Pastoral da Pessoa Idosa. Atualmente mais de cem mil idosos são acompanhados mensalmente por doze mil voluntários de 579 municípios de 141 dioceses de 25 estados brasileiros.
Mais uma vez, como previa sua conduta caridosa e humilde, abdicou-se de ser tratada como "Doutora", título que sua faculdade e suas diversas especializações lhe conferiam, para ser conhecida entre os inúmeros que ela ajudou, apenas como "Dona Zilda", a fundadora da pastoral da criança e do idoso, que com seu espirito misericordioso e cristão, salvou tantas vidas da doença da ignorância e do abandono e mostrou a outras tantas quanto poder há na doação, quanto amor há no trabalho voluntário e quão divino é esse CRISTO levado de porta em porta, de coração a coração.
Em meio a tantas tragédias, tantas perdas e sofrimento, que possamos rever nossos valores e nos fazer seguidores daqueles que são verdadeiramente cristificados através de sua conduta de amor e doação ao próximo.
Que DEUS ampare os sobreviventes destas trajédias, não só no Haití como também no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo onde a natureza se rebela contra a ação destruidora do homem e que receba na espiritualidade todos aqueles que não sobreviveram ao caos, promovendo-lhes a alegria e o restabelecimento de quem retorna a casa do pai.
Malú Rossi - Fevereiro/2010
Inteligência X Ser Humano
A inteligência é inerente a todo ser vivo mas ao ser humano foi dado a capacidade de aprimorá-la ao longo de seu desenvolvimento.
Naturalmente, o uso de todas essas faculdades de maneira justa e consciente resulta num indivíduo equilibrado, próspero e em harmonia com o universo, assim como, o uso inadequado, gera catástrofes humanas de naturezas diversas e irreversíveis, que significam a destruição total de um ou mais indivíduos, podendo chegar a disseminação de toda uma espécie, bem como do próprio planeta.
É importante salientar que todos somos dotados de inteligência. A questão é como fazemos uso dela.
Considerando os acontecimentos que estão ocorrendo no mundo recentemente, como por exemplo no últimos "50 ANOS", é fácil concluírmos que, ou nos distanciamos muito do conceito original de inteligência ou reescrevemos seu significado de forma a permitir que a ambição, a maldade(esperteza) e a ignorância também fossem vistos como comportamentos inteligentes, numa tentativa absurda de inserir estas manifestação de caráter (ou da falta dele) a classificação inicial. Somos mesmo seres racionais?
É comum encontrarmos no dia a dia, pessoas que usam a inteligência de forma desmedidamente ambiciosa, esperta e desonesta perante a sociedade e a eles próprios, capazes de todo tipo de manipulação para realizarem seus projetos pessoais. Estes, são normalmente aplaudidos, venerados e seguidos por pessoas ignorantes, simplesmente porque não usam a inteligência que possuem e por isso, acreditam em tudo aquilo que o outro aparenta ser ou ter e ainda atribuem suas conquistas ao uso da inteligência. Pessoas ignorantes são naturalmente simpatizantes de ambiciosos, espertalhões e desonestos, além de serem, muitas vezes, dependentes destes.
As pessoas detentoras deste tipo de comportamento, ambicioso e esperto, no sentido exato da palavra, conforme dicionário - Esperto: "Astúcia, sagacidade. Habilidade maliciosa" - usam a inteligência da forma mais nociva que existe pois apoderam-se dos ignorantes para governar o mundo. Apoderam-se quando trocam votos por cestas básicas, quando legislam em causa própria criando leis que são verdadeiros canais de extorção do dinheiro público, quando criam programas de TV'S capazes de promover uma verdadeira lavagem cerebral, trocando o convívio familiar por horas e horas de programação fútil e imoral, cuidadosamente elaborada para o fim do dia ou para o fim de semana, mediante ao merecido descanso após uma semana inteira de labor.
Especialistas espertalhões, contratados para elaborarem tais programações, sabem que, em ocasiões assim, uma mente cansada absorve qualquer coisa, sem condições de avaliar se é bom ou ruim. A mente fatigada, é momentaneamente ignorante em virtude do próprio stress e um prato cheio para os oportunistas de plantão. Especialmente neste casos, é altamente lucrativo investir nas pessoas ignorantes.
Nestas ocasiões, onde famílias inteiras se deixam absorver por este tipo de entretenimento ocorrem perdas lentas e irreversíveis. Lentas porque foram inteligentemente programadas para durarem o tempo necessário a serem absorvidas pelo cérebro humano e irreversíveis porque, uma vez absorvidas, tornam-se comportamento, valores que são violentamente defendidos por seus seguidores ignorantes. Uma vez comportamento, resultam na violência assustadora que hoje invade nossas casas e se apodera de nossos filhos e de nós mesmos, na infração das leis que deveriam ser respeitadas, na degradação dos ser humano e consequentemente, na destruição da terra.
Ao observar no que nos transformamos e o que fizemos com o nosso planeta, é fácil concluír que o homem finalmente conseguiu usar contra sí próprio a arma mais poderosa que existe: a inteligência.
A atitude verdadeiramente inteligente, individual e coletiva precisa ser cultivada, valores precisam ser revistos para que possamos reverter essa condição catastrófica que ai está e impedir que a ambição, a esperteza e a ignorância destruam a raça humana e o planeta em que vivemos.
Malú Rossi - Fevereiro/2010
A Fome e a miséria
1) A fome mata 24 mil pessoas a cada dia - 70% delas crianças;
2) No mundo de hoje há mais comida do que em qualquer outro momento da história da humanidade;
3) Temos 6,7 bilhões de habitantes, e produzimos mais de 2 bilhões de toneladas de grãos, o que significa que produzimos quase um quilo de grãos por pessoa e por dia no planeta, amplamente suficiente para alimentar a todos;
4) Segundo a FAO o mundo precisaria de US$ 30 bilhões por ano para lutar contra a fome, recursos que significam apenas uma fração do US$ 1,1 trilhão aprovado pelo G-20 para lidar com a recessão mundial;
5) 65% dos famintos vivem em somente sete países;
6) Nos últimos meses irromperam revoltas por causa da fome em 25 países;
7) Os que sobrevivem à fome carregam seqüelas para sempre. A fome mina as vidas e acaba com a capacidade produtiva, enfraquece o sistema imunológico, impede o trabalho e nega a esperança;
8) No mesmo momento em que 1 bilhão de pessoas passando fome, outro 1 bilhão sofre de obesidade por excesso de consumo;
9) Uma criança americana consome o equivalente a 50 crianças africanas da região subsaariana;
10) Cerca de 200 milhões de crianças de países pobres tiveram seu desenvolvimento físico afetado por não ter uma alimentação adequada, segundo o Unicef.
Por que tantos passam fome?
*Dados extraídos do Adital publicado pela Humanitas/Unisinos/Cepat
Instituto Humanitas Unisimos, Universidade do Vale do Rio dos Sinos unisinos / Centro de pesquisa e apoio aos trabalhadores.
É lamentável que um país como o nosso Brasil, de tantas riquezas e tantas belezas, seja um país sem leis, onde a impunidade impera e nos deixa a mercê das barbáries praticadas pelos criminosos que o nosso código penal sustenta com sua ineficácia.
Malú Rossi