Sejam bem vindos todos os que trazem tochas acesas nas mãos

e também aqueles que como eu, anseiam pela luz.



quarta-feira, 3 de março de 2010

ZILDA ARNS e seu Ministério de Amor e Caridade

Logo após a imensa trajédia causada pelo terremóto que devastou o Haiti, escrevi em um outro blog este texto dedicado a Zilda Arns, em um reconhecimento humilde de minha parte ao espirito grandioso que ela foi e sempre será. Repasso-o agora para este meu novo blog:

Zilda Arns e seu ministério de amor e caridade

Aproveitemos o momento de grande comoção mundial, movidos pelas inúmeras trajédias que assolam a terra por todos os lados, para refletirmos um pouco mais na pessoa deste ser iluminado chamado Zilda Arns, que nos emprestou com humildade, sua própria jornada, para nos servir com tantos bons exemplos.

Ainda criança, despertou para o desejo de servir ao próximo (leia-se DEUS na palavra "próximo"), se oferecendo a ajudar nos trabalhos da igreja, olhando as crianças durante as missas, dando início então, a uma vida inteira dedicada a servir, em especial, aos pequeninos. Seu trabalho se tornou verdadeira devoção ao grande mestre e aos princípios da caridade e do amor ao próximo.

Com sabedoria e humildade, ela nos mostrou ao longo de sua trajétória, que para servir a DEUS não é necessário impôr conceitos, erguer templos, abdicar-se de sua vida pessoal e familiar, criar leis intituladas sagradas, exorcizar demônios, acumular títulos e moedas em nome de DEUS... Nada disto foi necessário para que Zilda Arns se disponibilizasse a exercer um trabalho de misericórdia junto aos mais necessitados.

Já é sagrado, por si só, ser capaz de amar ao próximo e edificá-lo com caridade, desprovido de qualquer ambição mesquinha.

Não precisou abdicar-se de seus projetos pessoais para abraçar as causas divinas. Pelo contrário, transformou seu lar num altar de oferendas. Casou-se, constituiu família, e quando Zilda Arns sentiu crescer dentro dela cada vez mais a vontade de servir ao próximo, procurou em seu íntimo a resposta para suas inquietudes humanitárias e recebeu a "inspiração divina" que lhe faltava: buscar conhecimentos na medicina para aplicá-los em prol dos mais necessitados. Tornou-se então, Doutora Zilda Arns, médica pediátra. Aprofundou-se em saúde pública, pediatria e sanitarismo, visando a salvar crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência em seu contexto familiar e comunitário. A educação revelou-se a melhor forma de combater a maior parte das doenças de fácil prevenção e a marginalidade das crianças e para otimizar a sua ação, desenvolveu uma metodologia própria de multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres, baseando-se no milagre bíblico da multiplicação dos dois peixes e cinco pães que saciaram cinco mil pessoas, como narra o Evangelho de São João (Jo 6:1-15). E daí em diante, seus trabalhos não pararam mais.

Em 1983, a pedido da CNBB, criou a Pastoral da Criança juntamente com o presidente da CNBB, dom Geraldo Majella, Cardeal Agnelo, Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil , que, à época, era Arcebispo de Londrina.
Para multiplicar o saber e a solidariedade, foram criados três instrumentos, utilizados a cada mês:

* Visita domiciliar às famílias
* Dia do Peso, também chamado de Dia da Celebração da Vida
* Reunião Mensal para Avaliação e Reflexão

Em 2004, recebeu da CNBB outra missão semelhante: fundar e coordenar a Pastoral da Pessoa Idosa. Atualmente mais de cem mil idosos são acompanhados mensalmente por doze mil voluntários de 579 municípios de 141 dioceses de 25 estados brasileiros.

Mais uma vez, como previa sua conduta caridosa e humilde, abdicou-se de ser tratada como "Doutora", título que sua faculdade e suas diversas especializações lhe conferiam, para ser conhecida entre os inúmeros que ela ajudou, apenas como "Dona Zilda", a fundadora da pastoral da criança e do idoso, que com seu espirito misericordioso e cristão, salvou tantas vidas da doença da ignorância e do abandono e mostrou a outras tantas quanto poder há na doação, quanto amor há no trabalho voluntário e quão divino é esse CRISTO levado de porta em porta, de coração a coração.

Em meio a tantas tragédias, tantas perdas e sofrimento, que possamos rever nossos valores e nos fazer seguidores daqueles que são verdadeiramente cristificados através de sua conduta de amor e doação ao próximo.

Que DEUS ampare os sobreviventes destas trajédias, não só no Haití como também no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo onde a natureza se rebela contra a ação destruidora do homem e que receba na espiritualidade todos aqueles que não sobreviveram ao caos, promovendo-lhes a alegria e o restabelecimento de quem retorna a casa do pai.

Malú Rossi - Fevereiro/2010

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A Fome e a miséria


1) A fome mata 24 mil pessoas a cada dia - 70% delas crianças;

2) No mundo de hoje há mais comida do que em qualquer outro momento da história da humanidade;

3) Temos 6,7 bilhões de habitantes, e produzimos mais de 2 bilhões de toneladas de grãos, o que significa que produzimos quase um quilo de grãos por pessoa e por dia no planeta, amplamente suficiente para alimentar a todos;

4) Segundo a FAO o mundo precisaria de US$ 30 bilhões por ano para lutar contra a fome, recursos que significam apenas uma fração do US$ 1,1 trilhão aprovado pelo G-20 para lidar com a recessão mundial;

5) 65% dos famintos vivem em somente sete países;

6) Nos últimos meses irromperam revoltas por causa da fome em 25 países;

7) Os que sobrevivem à fome carregam seqüelas para sempre. A fome mina as vidas e acaba com a capacidade produtiva, enfraquece o sistema imunológico, impede o trabalho e nega a esperança;

8) No mesmo momento em que 1 bilhão de pessoas passando fome, outro 1 bilhão sofre de obesidade por excesso de consumo;

9) Uma criança americana consome o equivalente a 50 crianças africanas da região subsaariana;

10) Cerca de 200 milhões de crianças de países pobres tiveram seu desenvolvimento físico afetado por não ter uma alimentação adequada, segundo o Unicef.


Por que tantos passam fome?


*Dados extraídos do Adital publicado pela Humanitas/Unisinos/Cepat

Instituto Humanitas Unisimos, Universidade do Vale do Rio dos Sinos unisinos / Centro de pesquisa e apoio aos trabalhadores.






É lamentável que um país como o nosso Brasil, de tantas riquezas e tantas belezas, seja um país sem leis, onde a impunidade impera e nos deixa a mercê das barbáries praticadas pelos criminosos que o nosso código penal sustenta com sua ineficácia.



Malú Rossi