Sejam bem vindos todos os que trazem tochas acesas nas mãos

e também aqueles que como eu, anseiam pela luz.



sexta-feira, 5 de março de 2010

Meio Ambiente - Trajédia Anunciada



     Em Dezembro de 2009, entre os dias 07 e 18, em Copenhague, Dinamarca, o mundo acompanhou um dos maiores eventos esperados para aquele ano, a COP-15, 15ª Conferência das Partes, realizada pela UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. O mundo aguardou ancioso que o final da COP-15 apontasse um caminho para combater os efeitos do aquecimento global. Todos os jornais noticiaram antes e durante os dias da conferência, os objetivos deste encontro. 
     A COP-15 foi, por alguns dias, o elo que através de cada aparelho de TV,  jornal e revista, uniu ONG’S, ambientalistas, ativistas, classes sociais diversas, pessoas comuns, em fim, todos  nós que de alguma forma, aguardamos anciosos o resultado que nunca veio. A COP-15 foi um fracasso. O que se viu, ao contrário do que esperávamos, foi um grande encontro de jogadores políticos e financeiros desenteressados do verdadeiro motivo da conferênmcia: o aquecimento global. Após 02 semanas de reuniões, desacordos, protestos, declarações descabidas, comemorações e honrarias desnecessárias, nossos líderes mundiais não apresentaram proposta alguma com metas urgentes e eficazes para a redução da emissão dos gases responsáveis pelo efeito estufa. O que foi apresentado ao mundo, para justificar todos os gastos e toda pompa da Conferência em Copenhague, foi um acordo ineficiente, que fala da criação de um texto que defende uma redução de 50% na emissão dos gases-estufa até 2050 e na criação do Fundo Climático Internacional, que objetiva angariar US$100 bilhões até a metade deste século para financiar acões mitigadoras do aquecimento global em países pobres e emergentes.
      Decorrido o primeiro trimestre após o fracasso da Convenção em Copenhague, onde todos vimos estarrecidos nossos dirigentes trocarem questões de sobrevivência da humanidade em todos os seus segmentos, por questões político-econômicas de interessse extremamente pessoais, COP-15 é assunto encerrado, assim como parecem ser também as questões ambientais, que não deixaram de existir com o término da conferência. Os jornais do mundo inteiro voltaram a anunciar o dia-a-dia comum do cidadão, assaltos, comemorações, escândalos políticos, carnaval e é claro, as grandes catástrofes ambientais cada vez mais frequentes, contrastes climáticos como a seca e a inundação em áreas não comuns a esses fenômenos, frio intenso e calor demasiado, terremotos em escala altamente destruídoras, maremotos gigantescos e como se não bastasse, a fome e a miséria decorrente destas grandes trajédias que vêm somar mais dor e sofrimento a milhares de esquecidos(leia-se aqui, seres humanos) que vivem abaixo da linha da pobreza.





    Trajédias noticiadas de forma bastante natural, uma vez que, acontecimentos assim já fazem parte da nossa rotina.

    





     Em pouco tempo, dentro dos próximos dez anos, se a temperatura média subir aproximadamente 2ºC, segundo a matéria publicada pela revista ISTOÉ, na edição de DEZ/2009, estaremos definitivamente diante do caos ambiental: “o derretimento total da calota de gelo na Groelândia, pode elevar o nível do mar em até 07 metros; O oceano ártico deverá estar livre para navegações de grande porte até 2020; haverá liberação de metano no permafrost (Permafrost é um solo formado por terra, rochas e gelo que permanece congelado há milhares de anos, em toda a faixa do Ártico, absorvendo carbono e armazenando-o como matéria orgânica), devido ao aquecimento do solo, causando a emissão de metano, 23 vezes mais sujo que o CO2; A corrente do golfo será mais fraca e o degelo no ártico levará mais água doce ao atlântico norte; escassez de água na California e em outras regiões dos EUA. O risco de incêndio será ainda maior. Ocorrerão secas desastrosas no sudeste da Ásia, provocada por alterações no fenômeno El Niño. Haverá mudanças nas águas profundas, devido ao aumento de água doce nos mares ao redor do Polo Sul, mudando as características dos oceanos abaixo de uma profundidade de quatro mil metros. O Saara será mais verde devido ao excesso de chuvas, o que reduzirá os turbilhoes de areia, ao contrário da Amazônia, onde o aumento da temperatura provocará a destruição da floresta na parte leste até 2ºC, havendo uma perda de 85% em sua totalidade se a elevação da temperatura chegar a mais 4ºC. Com ralação ao Brasil, ainda nos próximos 10 anos, a natureza mostrará sua fúria, havendo aumento de chuvas e secas no norte, no centro-oeste e no sudeste, além de perdas na biodiversidade da Amazônia, do cerrado e do Pantanal, além da desertificação no Nordeste, elevação do nível do mar, calor intenso no sudeste e centro-oeste”.
     Estas são apenas algumas das inúmeras trajédias mundiais ignoradas pelos nossos dirigentes na COP-15 em Dezembro/2009.
     É verdade que a conferência em Copenhague deixou a impressão que não há nada a ser feito, mas para provar o contrário existem as pessoas comprometidas com a vida, que se transformam em ambientalistas dedicados, que constituem ONG’S verdes, que criam, apresentam e defendem projetos políticos sérios voltados para a questão ambiental e pessoas comuns que se permitem despertar para esta questão e hoje lutam, cada um a sua maneira, para salvar um planeta que é de todos.
     Este artigo, como muitos escritos todos os dias mundo afora é mais um apelo a todos aqueles que não se deixaram abalar pela falta de comprometimento de nossos dirigentes demonstrada na COP-15 com as questões ambientais, para que continuemos nossa luta pela vida do nosso planeta e das pessoas que nele habitam. 

Malú Rossi - Março/2010

Um comentário:

  1. Muito bommmm.
    Malú pensar de forma global e agir de forma local. Essa é uma "ferramenta" ambiental de décadas. É uma boa ferramenta.
    Meus parabéns pelo blog. Um abraço, com carinho. Paz e Pão, Alex Prado.

    ResponderExcluir


A Fome e a miséria


1) A fome mata 24 mil pessoas a cada dia - 70% delas crianças;

2) No mundo de hoje há mais comida do que em qualquer outro momento da história da humanidade;

3) Temos 6,7 bilhões de habitantes, e produzimos mais de 2 bilhões de toneladas de grãos, o que significa que produzimos quase um quilo de grãos por pessoa e por dia no planeta, amplamente suficiente para alimentar a todos;

4) Segundo a FAO o mundo precisaria de US$ 30 bilhões por ano para lutar contra a fome, recursos que significam apenas uma fração do US$ 1,1 trilhão aprovado pelo G-20 para lidar com a recessão mundial;

5) 65% dos famintos vivem em somente sete países;

6) Nos últimos meses irromperam revoltas por causa da fome em 25 países;

7) Os que sobrevivem à fome carregam seqüelas para sempre. A fome mina as vidas e acaba com a capacidade produtiva, enfraquece o sistema imunológico, impede o trabalho e nega a esperança;

8) No mesmo momento em que 1 bilhão de pessoas passando fome, outro 1 bilhão sofre de obesidade por excesso de consumo;

9) Uma criança americana consome o equivalente a 50 crianças africanas da região subsaariana;

10) Cerca de 200 milhões de crianças de países pobres tiveram seu desenvolvimento físico afetado por não ter uma alimentação adequada, segundo o Unicef.


Por que tantos passam fome?


*Dados extraídos do Adital publicado pela Humanitas/Unisinos/Cepat

Instituto Humanitas Unisimos, Universidade do Vale do Rio dos Sinos unisinos / Centro de pesquisa e apoio aos trabalhadores.






É lamentável que um país como o nosso Brasil, de tantas riquezas e tantas belezas, seja um país sem leis, onde a impunidade impera e nos deixa a mercê das barbáries praticadas pelos criminosos que o nosso código penal sustenta com sua ineficácia.



Malú Rossi